Talvez seja Abraham Maslow quem mais
estudou a evolução das relações amorosas, através da psicoterapia, ou por
inquéritos feitos em clientes e estudantes universitários. Já é bastante a
distinção que faz entre: o “need love” ou amor baseado e necessidades (valores D), e o “being love” ou
amor ao ser (valores B). A evolução do homem em direção à
maturidade no amor se faria em direção ao B love que corresponde ao mesmo tempo
aos valores superiores que ele chama também de “metamotivos” como: beleza,
verdade, bondade, integralidade, liberdade etc. Lembramos que o B love é vivido
sobretudo no que ele chama de “Peak-Experience” ou “experiências privilegiadas”
de cume, “experiências culminantes”, que se situariam na metade do caminho da
experiência mística. Esta experiência do “encontro existencial” tem, como já
vimos, um valor psicoterápico enorme. As pessoas que passam por esta
experiência afirmam, em inquéritos feitos, sentirem-se mais “maduras”,
preferindo este tipo de relacionamento amoroso ao “need love”. Seguin também fala do valor terapêutico
do “encontro” com o cliente, que ele descreve como “una espécie de revelación
capaz de cambiar la vida de una manera definitiva”. Para Buber, o amor verdadeiro e “maduro”
é um amor “cósmico”, em que se pode ajudar, curar, educar, elevar, liberar. Voltando ainda a Maslow, os seus estudos
o levaram a dar “critérios” bastante objetivos e “operacionais” para reconhecer
e diagnosticar o estágio evolutivo do amor necessidade e do amor ao ser.
Foi Jung que propôs um conceito
“energético” no que se refere ao amor. Podemos gastar energias em atividade
sexual, em trabalho profissional, em meditações filosóficas ou em úlceras
duodenais.
2. Pode ela ser representada por uma
aspiral (ver fig. 56).
3. Nesta aspiral há estágios cujo ponto terminal é discutido, pois abrange aspectos eventualmente parapsicológicos ou místicos, ou cósmicos conforme as crenças ou posições filosóficas. É mais prudente, por conseguinte, falar de maturação e não de “maturidade”.
4. Aceitando a hipótese da evolução de uma fase instintiva até uma fase em que são integrados valores espirituais, poderíamos propor o seguinte modelo teórico:
3. Nesta aspiral há estágios cujo ponto terminal é discutido, pois abrange aspectos eventualmente parapsicológicos ou místicos, ou cósmicos conforme as crenças ou posições filosóficas. É mais prudente, por conseguinte, falar de maturação e não de “maturidade”.
4. Aceitando a hipótese da evolução de uma fase instintiva até uma fase em que são integrados valores espirituais, poderíamos propor o seguinte modelo teórico:
5. No amor, a energia pode ser
concentrada em atividades instintivas, emotivas, espirituais ou distribuída
equitativamente entre duas ou três destas funções.
6. A evolução tende a levar o homem a
concentrar a sua energia na direção de maior amor espiritual?
7. A relação amorosa entre dois
parceiros pode evoluir para maior espiritualidade que inclui o encontro
profundo existencial. Seria interessante analisar o que é este encontro; qual a
parte de transferência e projeção e qual a parte de atração energética direta.
A experiência da “ioga sexual” em que os parceiros ficam na posição de loto, em
união ciotal mas sem praticar a fricção coital, esperando a energia “subir” nas
esferas superiores do sistema nervoso, se prestaria a muitas análises e estudos
sobre este assunto de maturidade no amor.
8. A relação amorosa entre os níveis
evolutivos de dois parceiros tem várias alternativas teóricas de conjugação,
baseadas em modelo sociométrico.
Como
já o vimos, existem esfinges agrupadas aos pares, em geral uma na frente da outra.
Podemos imaginar que os seus autores quiseram mostrar que as relações humanas
são, na realidade, relações interestruturais.
A título de hipótese inverificável, vamos tentar reconstituir o que
talvez tenha sido a intenção dos seus autores. Se
colocarmos as duas estruturas da esfinge uma em frente a outra, e procurarmos
as relações teóricas possíveis entre elas, teremos, teoricamente, dezenove
relações possíveis, tal como o mostra o esquema seguinte.
Este modelo tem aplicações bastante
interessantes no que se refere às relações amorosas. Podemos ter relações recíprocas
positivas no plano do instinto, no plano do sentimento ou no plano do
intelecto. Existe efetivamente um tipo de relação
no nível 1 (boi), em que predomina o aspecto instintivo e sexual. Outro tipo de relações se dá no plano
emocional. É o “amor ternura” sentimental, ou a paixão (nível dois, leão). Também existem casais, nós o sabemos,
cujo encontro predileto se faz no nível da mente, no nível dos valores
intelectuais e espirituais (nível 3, águia). Existem casais que tem encontros
amorosos apenas num destes planos, e outros que harmonizam num plano ou no
outro conforme a situação, o momento e as pressões em jogo. Há também os que têm experiências do
encontro nos três planos ao mesmo tempo, ou pelo menos em dois deles:
espiritual e emocional ou emocional e sexual ou ainda sexual e intelectual. Os desencontros amorosos, as
desarmonias, parecem ter também a sua explicação neste modelo. Um dos parceiros
encontrando-se num dos planos e o outro no outro plano, surge o desencontro.
Isto é muito frequente. Por exemplo, o homem quer apenas uma descarga sexual no
nível do boi, e a mulher quer dar e receber ternura ou ainda se encontrar num
plano espiritual. Tais desencontros podem ser:
- ocasionais, dependendo do estado
momentâneo em níveis diferentes: a mulher quer ir para a cama, por exemplo, e o
homem quer dar um passeio ao luar (mulher no nível 1 e homem no nível 2);
- constantes: neste caso se trata de
duas pessoas que se encontram em níveis de maturação diferentes.
O desnível
pode-se dar, teoricamente, do seguinte modo:
1. A mulher no nível 1 e o homem no
nível 2
2. A mulher no nível 1 e o homem no
nível 3
3. A mulher no nível 2 e o homem no nível
1
4. A mulher no nível 2 e o homem no
nível 3
5. A mulher no nível 3 e o homem no
nível 1
6. A mulher no nível 3 e o homem no
nível 2
Também podemos aventar a hipótese
teórica de encontros parcialmente desarmônicos:
1. A mulher no plano 1 e 2 e o homem no
plano 2 e 3
2. A mulher no plano 2 e 3 e o homem no
plano 1 e 2
3. A mulher no plano 1 e 2 e o homem no
plano 1 e 3
4. A mulher no plano 2 e 3 e o homem no
plano 1 e 3
5. A mulher no plano 1 e 3 e o homem no
plano 2 e 3
6. A mulher no plano 1 e 3 e o homem no
plano 1 e 2
Interessante seria um estudo
experimental destas tipologias de relações amorosas, com instrumentos de medida
bastante acurados. Podemos citar a este respeito, por analogia, uma tentativa
neste sentido, com a tipologia ternária de Le Senne, por André Le Gall. Se
juntarmos os três níveis de encontro sincrônico por um ponto, estaremos
chegando a um resultado bastante curioso:
Mudamos apenas os números:
3, 5, 7: mulher (águia, leão, boi)
2, 4, 8: homem (águia, leão, boi)
1: plano mental
6: plano sentimental
9: plano sexual
10: nova unidade resultante da união
sexual - o filho.
Acrescentando ao
encontro das duas esfinges, nos seus diferentes planos, três centros de atração
(1, 6, 9), intermediários entre o masculino e o feminino, reconstituímos, nada
mais nada menos, do que a árvore sefirótica! O número 10 corresponde ao produto
da união sexual. Uma nova criação: o filho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário